segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A VERDADE ABSOLUTA SOBRE NOSSO POVO...



Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;

Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade. ..
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.

- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.

Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.


- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira..

Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático.. Mentira.

Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

Democracia isso? Pense !

O famoso jeitinho brasileiro.
Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto.... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?
Grande coisa...

O Brasil é o país do futuro.
Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro !?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...



ARNALDO JABOR

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Presente de Grego...


               Acredito que a grande maioria, senão todas minhas atitudes, são do bem, não possuem maldade, até porque essa palavra não faz parte do meu dicionário. Qual o porquê desta introdução? Talvez uma tentativa de mostrar que às vezes, nas boas intenções, nos damos mal, podemos praticar uma maldade contra nós mesmos.
                Tudo iniciou nas vésperas do dia dos namorados, observação, já deixei de tentar entender porque nós, maridos, vivendo a vários anos com a parceira, temos que dar presente neste dia. Afinal, não é o dia dos namorados? Já me dou presente nos dias dos pais, dou no dia das mães, dia que conheci a parceira, dia que noivei, dia que “juntei as escovas de dente”, fora o Natal, Páscoa e Aniversários que não tenho escapatória; mas voltando ao assunto, pois esse é outro capítulo que mereceria comentários.
                Depois das pressões sofridas, de que fazia muito tempo que não ganhava nada nesta data, algumas revistas abertas em cima da minha cama com fotos da vítima, mais ou menos 22 “dicas” da importância da vítima na vida dela, resolvi dar o tal presente do dia dos namorados. Comprei um TABLET para minha mulher querida.
                Depois de breves momentos de surpresa por ter recebido o aparelho, seu maior sonho de consumo, transbordava de alegria a ponto de eu achar que devia correr até a farmácia e comprar uma bombinha daquelas para asma, mesmo ela não sendo asmática, pois tive a impressão os pulmões tinham “colabado” na caixa toráxica e não entrava oxigênio. A cor cianótica foi breve, logo o sangue voltou a circular e a cor rósea apareceu. Ao menos não tive necessidade de comprar a tal bombinha. Ela era só alegria, confesso que fiquei muito feliz por vê-la daquele jeito, ao menos até segundos após o aparelhinho ser ligado, pois logo ela correu para a sala onde temos o computador, a fim de conhecer melhor e aprender todos os caminhos possíveis no tal Tablet. Foi á última vez que há vi nesse dia, nem o jantar ela fez. Achei normal, pois o baque da “surpresa” foi tamanha, que nada mais normal esquecer-se da vida no primeiro dia pós Tablet.
                No outro dia, lá do trabalho, ela me mandou umas 186 mensagens aproximadamente. “Onde estás?” “Olha que foto linda “ele” tira” “Tem tantos joguinhos que não imaginas” “Sabe aquele de abrir as portas? Tem também.” E por aí afora, sem sossego de 10’.
                Mas tudo bem é o segundo dia, ela tem toda a razão de ficar eufórica. Veio a tarde e não pude me encontrar com ela, tinha ido à casa da mãe mostrar seu novo brinquedo. A noite chegou e a sala da TV dava medo, os guris no quarto vendo TV e ela na salinha do PC manejando seu Tablet, enquanto eu e os gatos sozinhos assistindo o noticiário. Fora o som da TV, dava para escutar um mosquito voando. Pensei com meus botões, estamos no final do segundo dia, é normal que ela esteja com a adrenalina alta, logo ela se acalma e tudo volta ao normal. Fui dormir, sem janta novamente, peguei no sono, sozinho, depois de ler toda a revista Veja e nada da mulher. Acordo no meio da madrugada, escutando alguns sons desconhecidos, bip bip, plac plac, e outros que não conseguiria descrever. Não sabia se estava sonhando, mas tais sons continuavam com meu despertar, e com a luz do quarto apagada. Ao me virar para tentar identificar a origem dos mesmos, ouvi aquele grito apavorante, vindo junto com um empurrão que quase me derruba da cama: cuuiiidadooooo com o meuuuu TABLETTTTTTTT.  Tive que ser muito macho para não me “cagar” perna abaixo, acreditando que a mulher estava dormindo, me viro e acontece essa tragédia!  Os sons vinham do Tablet dela, e eu tinha feito a burrada de me virar na minha própria cama sem aviso prévio. Como sou desastrado.
                Hoje, estamos findando a primeira semana, a adrenalina dela continua nas nuvens. Algumas coisas mudaram na nossa vida e várias regras surgiram na casa. As duas poltronas da sala são utilizadas pelos gatos, o sofá agora é do Tablet. Se quiser assistir TV sentado que pegue uma cadeira, das duras da cozinha, ou sente num dos dois mochinhos que ela comprou, que originalmente foram feitos para filhos de anões. Caso contrário só posso assistir TV de pé, ou quando o aparelho estiver sendo manuseado pela dona.
                Os tais sons que me referi anteriormente já fazem parte da nossa noite, a propósito, noite passada lembro que sonolento ainda ouvia um pik pik pik, que julgava ser do Tablet, quando fui acordado pela patroa que numa voz enérgica dizia: não vais colocar umas bacias nessas goteiras? Aí que dei conta que desabava o mundo lá fora, uma chuva dos diabos, e os sons que ouvia eram das três goteiras de estimação no quarto. Mais uma coisa a me preocupar agora, identificar se os sons são do Tablet, das goteiras ou de algum ladrão tentando arrombar a porta da frente.
Quanto as minhas posições normais de deitar, uma pequena e leve mudança, se quiser virar de lado na cama, devo primeiro me levantar e examinar se o tal “bichinho” não esta entre ela e eu. Faz uma semana que durmo de costas para ela, pois de frente a luminosidade do aparelho não me deixa confortável e os sons me deixam puto.
                Sexo? Não tivemos esta semana. Talvez numa noite, quando descarregar a bateria, e no intervalo entre ela colocar o mesmo na tomada e no tempo que ele leva pra carregar a bateria. E como carrega rápido essa bosta! Mas prometo que vou tentar no dia em que “ele” resolver ficar sem bateria antes dos morfeus me agarrarem.
                Apesar de tudo, a vida continua, olhando pelo lado bom, emagreci 2Kg nesta semana de jejum noturno. Estou me acostumando a dormir com sons estranhos. Consigo ficar várias horas dormindo na mesma posição, coisa que era praticamente impossível para mim. Recebo algumas informações importantes na madrugada, tipo, o casal X vai se separar no próximo capítulo da novela; que a Gisele esta grávida; que em Roma ou na Toscana, enquanto durmo lá já são 02hs e está muito quente. Essas coisinhas...
                O importante é que estamos todos bem de saúde e sem brigas (desde que respeite TODAS as regras), é claro.
                Até o próximo...  

segunda-feira, 25 de junho de 2012


          LEMBRANÇAS...
          A casa, não mais lembra os áureos tempos da fartura, das crianças correndo, da grama aparada e arames esticados. Sentado no “mochinho”, cuia na mão, barba por fazer, olhos ao longe, naquele silêncio fortuito, as lembranças vão e vem, pulando a cerca dos anos, num piscar de olhos.
 Por que a vida corre na velocidade de um galope, e as lembranças ao ranger do rodado da carroça?  No atropelar de um, a distância aumenta, a poeira esconde as lembranças, e com elas, fatos e momentos marcantes se vão perdendo no tempo.
Por mais que tente, a memória prega suas peças, e vai deixando muito dos acontecidos de antes, num potreiro distante, de difícil acesso. No silêncio, os sons são os mesmos, o casal de joão-de-barro na figueira agradece, num coro perfeito, a chegada da ninhada bem criada; as caturritas cruzam igual caminho em busca do alimento, parecem ás mesmas que proporcionaram boas histórias a eles; a falha na grama, onde brincavam construindo mangueiras e potreiros na terra solta, de diferente, somente a tapera das construções e ausência de movimento.
Quanta vez pensou em questionar Deus por deixar sempre a natureza tão igual, os dias tranqüilos, o vento seco e morno a seguir seu rumo, empurrando os galhos dos ciprestes num dançar ensaiado, e, toda essa beleza tão igual e perfeita, a contrastar com a distância dos ausentes, da tinta desbotada das paredes; da grama sem corte, das folhas escondendo as construções na areia, e da ausência das vozes na comunhão sem par?
Sabia que tal questionamento era impossível. Junto com os dias, que dão lugar aos próximos, “eles” seguem seus caminhos.  Ficaram as lembranças, e a força para aceitar que a vida é passageira mesmo, e, devia deixar o amanhã para quando fechar as porteiras do hoje. O agora, este sim é importante, proporciona ver toda a beleza da natureza, e esperança de poder seguir projetando seus sonhos.
A lembrança é egoísta, clama pelo retorno do tempo, nem que por um só dia. Saberia valorizar mais cada segundo, cada detalhe, antes com tão pouca importância, agora teria atenção especial. Aquele pedido de ajuda, na construção da estrada de areia, seria partilhado com mais cumplicidade. As campereadas, a mostrar os caminhos da invernada, melhor aproveitadas, e com ensinamentos mais intensos. Ás perguntas sem repostas, a paciência com limite, conspiram contra, na lembrança do tempo que não volta mais.
E, solito, sorvendo mais uma cuiada, restam ás poucas recordações a preencher a solidão, numa mistura de tristeza pelo que passou e um resquício de alegria, na compreensão dos erros cometidos, certamente não tão graves, e a certeza de não mais repontá-los, quem sabe junto aos netos numa próxima oportunidade.
“Cada segundo da vida é único e especial, e a intensidade com que comungo esses momentos, é que me fará mais ou menos responsável pela alegria ou tristeza dos meus pensamentos”, remoia a memória do velho, no sabor do amargo de mais uma cevada...

quarta-feira, 20 de junho de 2012


Bom dia, dona Dilma!

Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia
das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de
impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora
aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora
Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.
Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista?
Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um
mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus
executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as
matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.
Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0
a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio
familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo
teto o maior número de dependentes para “engordar” sua renda. Por outro lado
mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de
cinco em cinco anos.
Este é, sem dúvida, um plano qüinqüenal engenhoso de estímulo à
vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do
PT.
É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha,
jogar para a platéia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha
(que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.
Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou
bastante madura, bastante politizada, marxista, sobrevivente da ditadura
militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num
petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra.
E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e
delirante. Vocês são adeptos do “quanto pior, melhor”. São discricionários,
praticantes do “bullying” mais indecente da História do Brasil.
Em 1988 a Assembléia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular,
legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art.
5º está escrito que todos são iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao
paraíso, ele completou esta disposição, enfiando goela abaixo das camadas
sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir do qual todos são
iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os beneficiários das
cotas e das bolsas-esmola. A partir de vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma,
negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável.
E a Constituição que vá para a pqp. Vocês selecionaram estes brasileiros e
brasileiras, colocaram-nos no tronco, como eu faço com o meu gado, e os
marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida de que são mal-nascidos.
Não fizeram p ropriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza,
publicamente, uma apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou num
balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem
duvidosa, convalidadas pelo Ministério de Educação. Faculdades capengas, que
estavam na UTI financeira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade,
da ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País. A
Câmara Federal endoidou? O Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente
e a atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma
escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que
estava lá, nesta trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma? Oi, por favor,
alguém pare o trem que eu quero descer!
Uma escola pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor,
com uma grade curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem
preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa.
Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante. Para ontem. Nossa grade
curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao final do
ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração
principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe
regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de
suas capitais. Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa. Não é
capaz de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem
para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste.
Nossos meninos e jovens lêem (quando lêem), mas não compreendem o que leram.
Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acord e! Digo isto com conhecimento
de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da
escola pública mineira, por opção política e ideológica, apesar da
humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é uma
vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu
contracheque confirma o que estou informando.
Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se
anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento
familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola
de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia
Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de
Darcy Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu
meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador
Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civil torça o nariz.
Ele tem o mapa da mina.
A senhora se lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em
tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas,
miseráveis ou milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de
dente e banho. E aulas objetivas, evidentemente. Com biblioteca, auditório
e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita
horta, para aprendizado dos alunos e abastecimento da cantina. Escola
adequada para os de zero a seis, para estudantes de ensino fundamental e
para os de ensino médio, em instalações individuais para um máximo de
quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina de casa.
De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No
aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia
a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os finlandeses
amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem. Aqui a evasão
é exorbitante.
Educação custa caro? Depende do ponto de vista de quem analisa. Só que
educação não é despesa. É investimento. E tem que ser feita por qualquer
gestor minimamente sério e minimamente inteligente. Povo educado ganha mais,
consome mais, come mais corretamente, adoece menos e recolhe mais imposto
para as burras dos governos. Vale à pena investir mais em educação do que
em caridade, pelo menos assim penso eu, materialista convicta.
Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem
nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de
evitar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida
indesejável, apesar de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia,
inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do
planejamento familiar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta
iniciativa, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da
mesma e declaro isto sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com
quem está falando.
Senhora PresidentA, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do
seu governo como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não
lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater
forte, se for preciso. A primeira chibatada é o seu veto a este Código
Florestal, que ainda está muito ruim, precisado de muito amadurecimento e
aprendizado. O planeta terra é muito mais importante do que o lucro do
agronegócio e a histeria da reforma agrária fajuta que vocês estão
promovendo. Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental.
Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o Congresso pensar um pouco
mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasília, bem instalados e bem
remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo eleitoral que
se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para beneficiar seu
partido e sua base aliada. Outros usaram? E daí? A senhora não é “os
outros”. A senhora á a senhora, eleita pelo povo brasileiro para ser a
presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de aluguel,
qualquer.
Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro.
Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do
seu presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da
classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós,
com marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de
empregos, pagadores de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a
corte perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada
oportunista e voraz.
A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários da
Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer
trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício. Estou
firmemente convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de
não solucionar o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma
casta inoperante, parasita social, sem qualificação profissional, que não
levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de
propaganda institucional feita incessantemente pelo governo petista na
última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro, a
maioria qualificada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os
empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os
brasileiros e brasileiras vão ficar chupando prego, en tregues ao deus-dará,
na ociosidade que os levará à delinqüência e às drogas.
Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu
mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de
1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para
criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública,
o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero, com
uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de votar e
ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no
ostracismo social, desprecisada e desinteressada de enfrentar o desafio de
lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem
dignidade, mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um
voto na urna, a favor do político paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa.
Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês.
A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar.
Vai. Tomou esta decisão sem me consultar. Num país com taxa de crescimento
industrial abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro-de-carga brasileiro,
me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente
contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder
agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME
ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras
esmolas que tais. Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não
refrescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do Brasil
miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo de
miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL
CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de dividir, só
para saber qual a parte que me toca nesta chamada de c apital. Democracia é
isto, minha cara. Transparência.
Não ofende. Não dói.
Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE. Não sou
impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e
português. Por favor, corrija esta informação.
Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa
Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que
desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas
públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou
concorde. O contraditório é muito saudável.
Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda.
R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma
criança de zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem
insultuosa, não é não, dona Dilma? Carinho de presidentA da república do
Brasil neste momento, no meu conceito, é uma campanha institucional a favor
da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche
institucional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com
quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula, do
laboratório, competente e bem remunerado. É ensino profissionalizante e
gente capacitada para o mercado de trabalho.
Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da
corrupção escandalosa o meu assunto para esta catilinária. Mas não. Prefiro
me ocupar de algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de
conduta de líderes políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para
destruir a dignidade da massa ignara.
Aliciar as classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente
desonesto. Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os
miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de
impostos. Esta é a jogada.
Suja.
A televisão mostra ininterruptamente imagens de desespero social.
Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população
luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho.
Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente
produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na
contramão da História, dona Dilma!
Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da
minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia para
sustentar a máquina extraviada do governo petista.
Último lembrete: a pobreza é uma conseqüência da esmola. Corta a esmola que
a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro.

Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar,
sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.
Atenciosamente,

Martha de Freitas Azevedo Pannunzio

Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012

marthapannunzio@hotmail.com [1] CPF nº 394172806-78
*CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

BOSTA....

Sinceridade, não é aconselhável...
Expressar sentimentos, condenável...
Chorar de saudades, fraqueza...
O moderno é:
Falar, somente oque a todos interessa...
Ser político, estar dentro do contexto...
Indiferente, ser forte...
CARA, EU TO TOTALMENTE ERRADO...
TO FUD..... E TRISTE....

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Loucos....


O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.

Durante
quarenta anos, passei longe deles . Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estouadorando estar louco semanal.

O melhor da terapia é
chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.
Ninguém olha para ninguém. O silêncio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.
Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:

Na última quarta-feira, estávamos:
1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido ,
3. Um
senhor de uns cinqüenta anos e
4.
Uma velha gorda.

Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali,
tão cabisbaixos e ensimesmados.

(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até
aquela poltrona de vime . Deve gostar de uma branca, eos pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala . Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
(3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatostambém pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas.Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assuou  o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro,abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.

(4) Mas a melhor,
a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava na quinta dezena em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.

Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera.

Ele ri... Ri muito, o meu psicanalista, e diz:

- O Ditinho é o nosso office-boy.

- O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.

- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.

- "E você, não vai ter alta tão cedo...."
 
Luiz Fernando Veríssimo...



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A musica...


A música me ajuda a me ajudar/
Me conforta, e trás lembranças a serem lembradas.
Viajo, me transporto, vou a lugares mais desejados/
Brinco, sonho, e rio muito na companhia do ritmo.
São tantas, diferentes, intencionais e fortes/
Cada, com sua hora e momento único, o meu sonho realizar.
Embalos e ritmos ímpares comungam locais, e espírito diferentes/
E me fazem acreditar, que meus melhores momentos são comigo mesmo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lembranças....


          A casa, não mais lembra os áureos tempos da fartura, das crianças correndo, da grama aparada e arames esticados. Sentado no “mochinho”, cuia na mão, barba por fazer, olhos ao longe, naquele silêncio fortuito, as lembranças vão e vem, pulando a cerca dos anos, num piscar de olhos.
 Por que a vida corre na velocidade de um galope, e as lembranças, na velocidade do rodado da carroça?  No atropelar de um, a distância aumenta, e a poeira esconde as lembranças, e com elas, fatos e momentos marcantes se vão perdendo no tempo.
Por mais que tente, a memória prega suas peças, e vai deixando muito dos acontecidos de antes, num potreiro distante, de difícil acesso. No silêncio, os sons são os mesmos, o casal de joão-de-barro, na figueira, agradecem num coro perfeito, a chegada da ninhada bem criada; as catorritas, cruzam igual caminho em busca do alimento, até parecem ás mesmas, que proporcionaram boas histórias a eles; a falha na grama, onde brincavam, de diferente, somente a ausência deles, a construir mangueiras e potreiros na terra solta.
Quanta vez pensou em questionar Deus por deixar sempre a natureza tão igual, os dias tranqüilos, o vento seco e morno a seguir seu rumo, empurrando os galhos dos ciprestes num dançar ensaiado, e, toda essa beleza tão igual e perfeita, a contrastar com a distância dos ausentes, da tinta desbotada das paredes; da grama sem corte, das folhas escondendo o local das mangueiras de areia, e da ausência das vozes na comunhão sem par?
Sabia que tal questionamento era impossível. Junto com os dias, que dão lugar aos próximos, “eles” vão também. Ficam as lembranças, e a força para aceitar que a vida é passageira mesmo, e devemos deixar o amanhã para quando fechar as porteiras do hoje. O agora, este sim é importante, nos proporciona ver toda a beleza da natureza, e esperança de poder seguir projetando os sonhos.
A lembrança é egoísta, clama pelo retorno do tempo, nem que por um só dia. Saberia valorizar mais cada segundo, cada detalhe, antes com tão pouca importância, agora teria atenção especial. Aquele pedido de ajuda, na construção da estrada de areia, seria partilhado com mais cumplicidade. As campereadas, a mostrar os caminhos da invernada, melhor aproveitadas, e com ensinamentos mais intensos. Ás perguntas sem repostas, a paciência com limite, conspiram contra, na lembrança do tempo que não volta mais.
E, solito, sorvendo mais uma cuiada, restam ás poucas recordações a preencher a solidão, numa mistura de tristeza pelo que passou, e um resquício de alegria, na compreensão dos erros cometidos, e a certeza de não mais repontá-los na próxima vez.
“Cada segundo da vida é único e especial, e a intensidade com que comungo esses momentos, é que me fará mais ou menos responsável pela alegria ou tristeza dos meus pensamentos”, remoia a memória do velho, no sabor do amargo de mais uma cevada...


sábado, 7 de janeiro de 2012

Minha Neta...


     Ela chegou como um lindo dia de primavera, trazendo um sorriso sem descrição. Suave como a brisa, lindo como uma orquídea, e forte como o amor.
    Ficou alguns dias. Os transformando totalmente. Todos diferentes, únicos, repletos de surpresas alegres.
      Veio para ensinar, mesmo pequenina, tão poderosa e exemplar.
      Preencheu nossas vidas de uma maneira especial, que não imaginávamos ser possível.
      Transformou nosso Natal num acontecimento inesquecível.
      Plantou uma sementinha em nossos corações, de paz espiritual, de tranqüilidade, união, alegria e muito amor.
       Partiu linda, sorridente, poderosa e de dever cumprido.
       Ficou um vazio enorme, mas, como todas as pessoas especiais, deixou, em nossas vidas, seu sorriso ímpar, sua força e alegria.
     Obrigado Ana Luíza, vovô te ama muito. Logo estaremos juntos novamente em Dourados. 

         Que Deus siga abençoando tua vida e teus caminhos...