domingo, 18 de outubro de 2009

Sem assunto...

Tentar escrever alguma coisa quando não se tem a mínima noção do que escrever, nem do assunto a abordar, só deve ser interessante para quem quer estrear o note novo, ou quem já está acordado as 6h00 da manhã na fazenda, tomando um chimarrão bem gostoso, com erva uruguaia, daquelas que não há necessidade de dizeres a alguém que queres tomar teu mate solito, pois ao reconhecerem a erva bruta dos castelhanos, já refugam por si só. É tão amarga, que com certeza só toma quem já provou e gostou, do contrário é melhor não experimentar, sob pena de um stress intestinal. Diria até que é erva pra tomar pitando cigarro, daqueles fedorentos deles, singela combinação de quem está se auto punindo, tipo no corredor da morte, ou abandonou a amada na rodoviária e se arrependeu. No meu caso particular, foi por ter colocado minha coluna e sua parceira, a hérnia de disco, a extrema pressão, mesmo sabendo que não podia ter feito tal excesso, resultando numa noite sem dormir de tanta dor nas costas, e bota não dormir e dor nisso. Além de ter tentado encontrar uma boa posição para ficar na cama, que diminuísse um pouco a dor, o que me levou a três cãibras na parte interna da coxa, perto do joelho, que parecia que a articulação deste, estava vindo em direção a minha bunda, dor que não recomendo até pros meus inimigos, nem pra Dilma, nem pro Lula, pois eles não merecem isso, pois não sabem o que estão fazendo. Mas voltando ao meu assunto, ontem fui plantar abóbora, melancia, melão, mogango e outras cositas más, o local escolhido foi no meio de um bosque de eucaliptos que está sendo cortado para produção de madeira, corte parado nesta época com reinício só para fevereiro, tempo suficiente para que consiga colher minha produção. Até aí tudo normal, mas primeiramente tive que cercar a área, instalando um fio de cerca elétrica, os entendidos diriam, nossa um fio de arame e o cara não dormiu a noite? Esperem, estou no início da minha jornada, tem mais coisa antes de intimamente me condenarem, achando que é pouca coisa. Após correr todo o fio de arame por entre as árvores para delimitar a área, colocar os isoladores, esticar bem o fio com máquina de arame, tudo isso passando por cima das toras caídas no chão, dos inúmeros galhos, das pilhas de lenha já cortadas e das coronilhas com seus famosos espinhos chamando tuas botas, afim de mostrarem que são duros o suficiente para ultrapassarem a sola da bota, as meias e teu pé, terminamos a primeira fase de nosso projeto, a fase da proteção do plantio contra entrada de invasores. Passada esta fase, mais ou menos inteiro, e ainda com pique de trabalho, chegamos ao plantio propriamente dito. Cabe aqui uma explicação do porquê o dito local foi escolhido para o plantio. Como sabem, um bosque de árvores é o local escolhido para que os animais de refugiem ou como queiram, se recolham aos seus aposentos após se alimentarem, então, multipliquem isso por 60 anos, que é a idade das árvores em questão, teremos sessenta anos de folhas caídas, esterco e matéria orgânica curtida, portanto é o melhor local que existe na propriedade para se fazer um bom plantio das frutas . Voltando ao sacrifício, digo, ao plantio propriamente dito, após pegar na enxada e rumar para o local da primeira cova, noto a imensidão de sujeira, inços e espinhos existentes, frutos de um solo hiper adubado, o que levou todos os inços da região de Pedras Altas e Herval do Sul, a escolher ali o melhor local para morarem, reproduzirem e viverem felizes para sempre. Era tanta sujeira que juro, na hora me deu vontade de bater a cabeça no troco de um eucalipto dos grandes, me perguntava, como vou fazer para plantar nessa sujeirama toda? Capinar cada local destinado a cova? Que situação me coloquei, e pior é que não podia desistir, pois a Josi já tinha feito o sacrifício dela, isto é, “abrir o primeiro pacotinho de sementes”. Depois de todo o trabalhão que ela teve na abertura daquele pacotinho, não poderia mais fugir de minhas pequenas obrigações, de capinar todos os locais das centenas e centenas de sementes que deviam ter naqueles vários pacotinhos que ela tinha na mão. Depois de pensar mais uma vez em desistir, ter um ataque epilético ou me fingir de morto, olho pra ela com o pacotinho de sementes abertas me olhando com aquela cara de questionamento, “daí, vamos plantar?”!!!! Não teve outro jeito,me atraquei a capinar feito doido, e abrir as ditas covinhas, para que ela colocasse duas sementinhas em cada, na maioria da vezes sem se curvar para não estragar sua coluna e tapasse a covinha com o pé. Depois de umas quatro horas de capina, corte de coronilhas, tocos e espinhos que se encontravam pelo caminho, com uma sede dos diabos, uma dor nas costas insuportável, veio a grande deixa dela, “vamos para por hoje?” Ela já estava com dor nos dedinhos de abrir os pacotinhos e gentilmente achou melhor parar o serviço, pois além do sacrifício desprendido, a noite já estava chegando. Foi minha salvação naquele momento, mas não sabia eu que o pior estava por vir a noite, quando todo o sofrimento dessa fatídica jornada ia mostrar suas garras, a ponto de achar nesse momento, que minha cuia de chimarrão ta pesando 30 Kg ou mais. Terminando, fica aqui uma idéia para que todos pensem e debatam com seus cônjuges tranquilamente antes de iniciar um sacrifício, digo, um plantio desse: vale a pena tudo isso? Qual o custo benefício final dessa empreitada? Quem capina e abre as covas? Quem abre os pacotinhos e joga a semente lá de cima? Enfim, só sei que são tantas coisas pra analisar antes de colocar a coluna a um esforço desta magnitute, que vale a pena fazer um chimarrão bem gostoso, sem a erva uruguaia é claro, sentar do lado da patroa e argumentar com ela, que agora, nessa época, em plena safra de melancia, abóbora, etc, os preços estão muito baixos, de repente é melhor comprar na feira somente as frutinhas que queremos comer no dia. Pensem bem nisso, não tomam decisões precipitadas. Até a próxima, enquanto eu fico aqui sofrendo com minha hérnia ...

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