segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carta resposta ao nosso próximo governador..(enviada a Zero Hora)...

Caro Tarso, primeiramente um breve depoimento pessoal, não votei em nenhum candidato do PT nesta nem nas eleições anteriores. Muito pelo contrário, sempre fiz tudo que estava ao meu alcance para conquistar votos para o lado contrário ao de seu partido.
Sou otimista por natureza, mesmo na derrota tento encontrar motivos para crescer e aprender. Foi assim quando teu chefe maior galgou pela primeira vez a presidência do país, mesmo com a derrota do meu candidato na época, procurei encontrar motivos para valorizar sua vitória. Afinal, tratava-se de um líder sindical, operário de fábrica, homem do “povo”, que poderia com o respaldo de uma absoluta maioria da nação, somados aos seus projetos de acabar com a corrupção e valorizar o social, que tentei acreditar na certeza de que horizontes melhores poderiam vir pela frente. O que na realidade não se confirmou muito pelo contrário, sabemos muito bem disso, mas não vem ao caso nesta carta em especial.
O que me faz escrever esta, o “day after” da derrota de minha candidata ao governo do Estado, foi me deparar com sua matéria “GOVERNAR PARA TODOS CORTEJANDO O FUTURO”, uma “carta-testamento” que fizestes ao povo gaúcho na Zero Hora de hoje.
Como citei acima, sou otimista por natureza, e me vejo novamente tentando, na minha derrota, encontrar motivos para aprender e visualizar alguma luz no fim do túnel. Quero colocar aqui algumas palavras que nos apresentastes hoje como promessa para sua gestão:
- nossa conclusão apontou para a necessidade de promovermos uma profunda renovação da esquerda gaúcha, visando à conformação de um governo estável e com ampla capacidade de diálogo social.
- lastrear um programa que ofereça oportunidades para todos os que quiserem compartilhar um esforço de crescimento e modernização, em todos os ramos da nossa atividade produtiva.
- gerar riquezas e distribuir renda, compromisso com o crescimento e modernização das empresas, os investimentos para progredirem, gerando empregos e distribuição de renda
- ao executivo governar com legitimidade, respeitar a constituição.
Finalizando, no seu testamento-político para a nova gestão, convido o Rio Grande através de sua sociedade civil e partidos políticos, a iniciar uma experiência nova, baseada em valores que não desconhecem a contraposição de interesses (por vezes dura) entre os distintos grupos sociais que integram nossa sociedade profundamente desigual. Mas que pode buscar um terreno comum de dignificação da política e de um novo padrão de desenvolvimento, que possa melhorar o Estado, crescendo com segurança, distribuindo renda e abrindo oportunidades de uma vida melhor e mais estável para todos os gaúchos e gaúchas. (final de sua carta).

Caro governador, mais uma vez este otimista por natureza, se rende aos fatos, e tenta acreditar num bem maior, que é o bem do povo, da democracia, do emprego para todos oriundos de empresas fortes geradoras de riquezas para o Estado, da liberdade de imprensa, do cumprimento à Constituição e aos direito e deveres do cidadão.
Sua carta-testamento publicada no veículo de maior expressão no nosso Rio Grande me leva a acreditar numa mudança radical na postura de gestão de seu partido. Autorizo-me novamente a dar um crédito a este governo que se inicia, sem escudos e sem desconfianças, mas tão somente calcado no comprometimento que acabastes de atestar à sociedade gaúcha.
Finalizando, faço também desta minha carta-testamento, dou meu voto de confiança a sua gestão, retiro meus escudos frente aos conceitos filosófico-partidários, que tenho de seu partido, e desde já torço para que suas promessas se concretizem.
Mas, ficam aqui algumas considerações, recortei e guardei sua matéria na Zero Hora, estarei fiscalizando suas promessas e as cobrarei publicamente caso seja necessário. Acredite que acima de partidos políticos, ideologias ou pessoas, está o meu Rio Grande do Sul e não vou admitir que falsas promessas venham acompanhadas da involução social e produtiva do povo gaúcho.

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