quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pilates Cerebral...

Sabe aqueles dias em que acordamos felizes, particularmente mais que o normal. Sempre afirmei que sou otimista por natureza, e acrescento mais um adjetivo a minha auto-analise, sou feliz por natureza. Não tenho como normalidade estar triste ou carrancudo, raramente amanheço assim, ao contrário, agradeço a Deus por isso.
Mas todo esse “intróito” é para relatar o que me aconteceu hoje, como expliquei acima, hoje acordei feliz e bem humorado, fiz meu mate e acessei meus e-mails, obrigação primeira de meu trabalho. Dentre eles, um me chamou a atenção, me foi encaminhado por minha irmã Tanira, gostei, interessei-me e acreditei tanto que na mesma hora já repassei aos amigos da agenda. Tratava-se de exercícios que se deve fazer, principalmente depois dos 30, para manter os neurônios ativos e bem nutridos. Como diz o título do e-mail, “Pilates para o Cérebro”. Com o passar dos anos vamos tornando nosso dia uma seqüência contínua de procedimentos que não provocam nos nossos neurônios uma exigência de maiores funções por se tratar de repetições em cima de repetições. Com isso eles vão ficando mal nutridos e diminuem suas funções.
Resolvi naquele momento praticar um pouco fazendo alguma coisa de maneiras diferentes. Como estava pronto para tomar meu banho matinal achei por bem iniciar de imediato meus exercícios. Achei que se fizesse todos os procedimentos pré, durante e pós banho com os olhos fechados, coisa que nunca fiz, conseguiria exercitar meus neurônios a contento. Fui até meu quarto peguei roupas limpas e me direcionei ao banheiro, ao “adentrar” no recinto fechei os olhos e dei início à aventura da fuga da mesmice neural.
Inicialmente me senti muito seguro, pois coloquei minhas roupas e cueca tranquilamente em cima da cesta de roupas a lavar, e não vi nenhuma dificuldade neste ato, senti uma força interna que me impulsionava a seguir enfrente. Tirei minha roupa e joguei-a no chão como faço normalmente, já começando a gostar da mudança radical e sentindo cada vez mais segurança e força, procurei a toalha e vi que não havia toalhas no local, aí surgiu um pequeno probleminha, nada grave com certeza, tinha que abrir a porta e chamar a empregada para que me trouxesse a dita cuja até o banheiro, tive que abrir levemente a porta a fim de esticar o braço para apanhar a toalha. Meu temor era de que a pequena fresta que abri na verdade não fosse tão pequena e a D. Nilza me visse peladão e com os olhos fechados. Com certeza seria uma cena que ela jamais esqueceria e com certeza teria de enfrentar os tribunais por assédio sexual, porque ela nunca iria entender que estava daquele jeito por estar “exercitando os neurônios”. Acredito até que o juiz me internaria num sanatório pela cena e explicação que a ele daria.
Mas tudo bem, as coisas aconteceram normalmente, ela me entregou a toalha, como não gritou nem esperneou, interpretei como tudo nos conformes. Fechei a porta, coloquei a toalha no lugar e procurei a porta do Box. Neste momento surgiu outro problema, me deparei com a porta fechada, e acreditando ser a porta da direita espichei o braço para esquerda a fim de encontrar a outra e acabei esbarrando na prateleira onde ficam as centenas de cremes, xampus, desodorantes, cotonetes e outras “cositas más”, derrubando boa parte delas. Sorte minha que não tinha nada de vidro, pois não consegui identificar nos vários sons que se seguiram, nenhum parecido com vidro quebrando. Não interpretei como falha minha, apenas um obstáculo de percurso, que no mesmo momento creditei aos neurônios, pois com certeza “eles” deveriam saber identificar uma porta da outra. Mas tudo bem, quando abrir os olhos após o banho colocarei as coisas que caíram no lugar. Mudei de direção meu braço direito e consegui identificar a porta que faltava, o do lado direito. Abri as duas e entrei no palco principal de minha aventura. Após alguns segundos procurando a torneira do chuveiro, ao conseguir retirar meus dedos do meio das esponjas dependuradas na dita cuja, consegui identificá-la, girando-a para esquerda numa velocidade de quem é dono da situação, aconteceu o imprevisto, que também creditei a “eles” toda culpa não a mim, eles não previram que os primeiros jatos de água seriam totalmente gelados, com isso os recebi na cabeça e no peito como se fossem canivetes afiados a me penetrarem a pele. Meu grito foi imediato, PUUUUUUTA QUEEEEEE PARIUUUUUUUUUU. Recuei imediatamente sem me dar conta de que o Box é minúsculo e quase atravessei para o outro lado com uma porta grudada nas costas. Como o espaço dentro do box é muito pequeno tive de agüentar os vários estágios que se sucederam até aquecer a água no peito, utilizando todo meu potencial de macho. Foi difícil segurar aquela água gelada, mas agüentei!
Passado esse momento estressante que foi o choque de temperatura, com a água quente caindo sobre meu corpo, neste momento já feliz e tranqüilo, saí a procura do xampu. Confesso que mesmo sabendo que ele fica pouco acima de minha cabeça, numa pequena prateleira, foi muito difícil achá-lo, consegui encontrá-lo ao lado do meu pé esquerdo junto a outras coisas que derrubei. Lavei a cabeça tranquilamente, mesmo tendo gasto muito mais xampu que o normal, pois não conseguia sentir o volume dele nas mãos e derramei mais da metade do pote. Mas nada que possa estragar minha aventura.
O momento mais crucial foi achar o sabonete, também o derrubei no chão entre as duas dezenas de mais cremes e xampus que a Josi deixa no piso do Box, que posso jurar que alguns ali estão a 5 anos com o mesmo estoque. Mas deixa pra lá, isso é assunto que não devo entrar pois certamente ela tem suas respostas prontas a me derrotar. Ao procurar o dito cujo espalhei potes, os mais diversos e diferentes por todo o box, e confesso que não são poucos. Após vários segundos, duas batidas com a cabeça na parede e alguns quase “escorregões” resolvi abrir os olhos, pois senti que não teria condições de terminar meu banho sem uma tragédia. Na hora me espantei com tamanha bagunça que tinha feito, mas tranqüilo pois eram estragos fáceis de conserto.
Finalizando, credito com sucesso o meu exercício de Pilates para neurônios, fiz coisas que nunca tinha feito, a maioria de maneira errada, mas fiz e isso é o que importa. Com certeza meus neurônios mais do que elétricos devem estar também cansados pela quantidade de exercícios não habituais praticados. Só aconselho aqueles que querem praticar o Pilates Neural, que os façam com coisas mais simples como comer com o garfo e faca em mãos trocadas, caminhar pela casa de costas, ou quem sabe ou assitir TV de cabeça para baixo, mas nunca tentem tomar banho sem enxergar, não conseguirão atingir os objetivos e podem se machucar ou quebrar algo valioso.
Fico por aqui, até o próximo. Mas meus exercícios neurais com certeza vão continuar...

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