Se tivesse a real dimensão de que ter origem humilde, nunca ter trabalhado, ser politicamente incorreto para não dizer totalmente alheio da realidade e por fim não ter cultura, analfabeto e ignorante, mas ter como grande predicado, a sede de poder a qualquer custo, teria apoiado o “Nego Mário” no seu projeto político.
Quando o nego Mário, eterno desempregado rural, andarilho das estradas do município, pedinte costumás nas fazendas da região da fronteira, que num dia de primavera ao pedir almoço na nossa fazenda, já deixando claro que não aceitava barganha do alimento em troca de trabalho. Se quisessem que cortasse uma lenha, rastilhasse o pátio, ou empilhasse os tijolos da construção terminada, para que fizesse jus a sua refeição, já ia avisando que meia volta daria e retornava a sua jornada sem fim. Ele estava ali tão somente para se alimentar e retornar seu caminho, não queria mais nada, muito menos trabalhar.
Foi nesse dia que “nego Mário” me disse que seu único sonho era um dia ser político, e presidente, outro cargo não lhe servia. Perguntei de suas idéias ou planos caso fosse o eleito, e com a tranqüilidade de quem a anos corre mundo sem a pressa de nenhuma responsabilidade a lhe apressar, me respondeu, que planos, idéias ou planejamento, não os tinham nenhum. Não tinha a mínima do que faria se fosse eleito, acrescentando que nem sabia onde ficava o local de trabalho do presidente, sabia somente que mudaria de vida, ficaria rico, ajudaria seus filhos que a muito tempo não via. Aos raríssimos amigos, vida abastada lhes garantiria, até seu cachorro, único vivente que lhe acompanha em todas as jornadas, teria uma vida de Rei. Iria viajar muito, conhecer outros pagos, até Porto Alegre iria conhecer se presidente fosse.
Fico agora aqui pensando com meus botões, qual seria a diferença que existiria na nossa Ilha, caso um ignorante saísse e entrasse outro?
Suas plataformas são idênticas, dentro de seus limites e ganâncias individuais, são considerados farinha do mesmo saco, originários do mesmo meio. Que os tornaria diferentes? Na minha humilde ótica, praticamente nada, tão somente o tamanho da ambição que vai regular o tamanho do estrago a ser feito.
Portanto me sinto hoje triste por não ter feito nada a dois anos atrás, para ajudar o “nego Mário”, com certeza ele poderia ser eleito facilmente, era só mostrar seu currículo e planos ao “povo” da Ilha, sedentos por estas caricaturas de gente, poderia ter uma chance enorme de galgar o cargo máximo de nossa Ilha.
Por que, vamos e venhamos, depois desse, entre ele ou outro(a) ignorante e terrorista, eu ficaria com o “Nego Mário”, pois seus planos são menos ambiciosos e o estrago seria muito menor.
Até a próxima...
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