sábado, 11 de setembro de 2010

Chimarrão...

O chimarrão é mais que uma bebida, é a degustação lenta da história Riograndense. Quando mateamos, nosso espírito está pronto a acrescentar ou receber uma charla de bom gosto.
Assim como as pastagens, na chegada da primavera recebem ao amanhecer a luz e o calor do sol para dar rumo ao seu propósito de crescimento.
Assim como o peão, ao clarear do dia encilha seu pingo, e no aperto da cincha repassa na memória as lidas do dia.
Assim como os quero-queros, alardeiam a aproximação de intrusos a mostrar que aquele chão tem dono.
Assim como a cachorrada, se mordisca de faceirice ao montar do peão, atentos ao início da jornada na busca da rês desgarrada.
E, assim como o Gaúcho, ama sua terra fincando raízes de amor e paixão, e mesmo na distância do pago, ao matear, fala e sonha com a terra, mantendo sempre acesa a esperança de um dia retornar.
Assim é o chimarrão, e muito mais. É a comunhão da tradição e a cultura com a simplicidade e trabalho de um povo hospitaleiro.
É na roda do amargo com a peonada, ou na solidão mirando a cambona, que o mate preenche o espírito e mantém a tradição forte e viva.

“Sou gaúcho forte, campeando vivo livre das iras da ambição.
Tenho por teto a palha do rancho.
Por leito meu pala.
Na garupa a mala.
Na cintura o facão.
E nas veias o sangue Charrua, á galopar por várias invernadas.”


Oigalhetchê... Até a próxima...

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