domingo, 5 de dezembro de 2010

Comparando N.Y a Bagé...

Ontem após assistir uma matéria na TV sobre a cidade de N.Y, sua diversidade e opções de entretenimento, os restaurantes que oferecem comidas de todos os países do mundo, uma água puríssima própria para consumo saindo das torneiras de TODAS as casas dos mortais, informações e orientações a disposição para qualquer caipira de primeira viagem, e as compras, um capítulo a parte, compra-se de tudo, do melhor e de qualidade extraordinária. Fica-se babando de desejo de aterrissar naquelas bandas.
Resolvi fazer um paralelo comparativo entre Bagé, a Rainha da Fronteira e N.Y dos sonhos de consumo de qualquer mortal. Vão me dizer, é covardia esta comparação, uma está no primeiro mundo, outra no terceiro e quase fora do país, 60Km mais adiante não pertenceria ao Brasil, eterna Ilha da Fantasia. “Por que não comparas Bagé com Hulha Negra?” As diferenças vão ser as mesmas, uma de terceiro mundo contra outra que ainda não consegue nem fazer parte desse mundo ainda. Aí seria mais certo, ainda mais que estão bem perto uma da outra e no mesmo Estado.
Eu respondo, vou fazer entre Bagé e N.Y sim, porque o dono do blog sou eu e portanto quem decide o que escrever. Quem não gostar que crie o seu espaço e compare a seu bel prazer. Portanto vamos lá:
1. Diferente de N.Y, nós por estes pagos, além da pouca quantidade e dificuldade de acesso a água, somos conscientes de que ela não é inodora, é cloro puro mesmo. Pois segundo os gestores municipais é mais fácil “atracar” cloro para matar os germes do que fazer manutenção dos encanamentos. Neste quesito água, fica difícil a comparação, primeiro porque nunca tomei a água deles, e segundo não sei de fato o gosto natural da água, pois moro em Bagé a 54 anos, já me acostumei com esta, o que de certa maneira me da uma tranqüilidade por saber que jamais terei uma doença proveniente de carência de cloro, se existir esta doença é óbvio.
2. Entretenimento? Vai ser difícil a comparação, mas vamos lá: tivemos o Ballet Bolshoi, os sábados do sertanejo universitário nas boates, os shows de forró no Comercial, os ótimos passeios ao entardecer dos finais de semana na quadra da Praça do Colégio Silveira Martins, com uma concentração enorme de jovens bebendo cerveja, aos gritos e ouvindo um som extremamente alto, um elixir para os ouvidos, perguntem a quem mora naquela redondeza e quer atravessar a Tupy Silveira de carro... impossível! Não posso esquecer-me da Feira do Livro, opção muito prestigiada, para uma população de aproximadamente 140.000 habitantes, dados do último censo, teve uma marca nos seus dias de duração de quase 1.500 pessoas conferindo os estandes. Fantásticos esses dados, pois eles nos mostram que, se todos que compareceram a Feira comprassem um livro, teríamos só nessa feira uma porcentagem 0,010 livros lidos por habitante. Bota média alta nisso, se compararmos ao tempo que perdemos assistindo novelas, jogos e outras coisas de fundamento que só a TV brasileira é capaz de oferecer, ainda conseguimos esse feito impressionante na leitura. Confesso que não sei a média per capta do consumo de livros deles, então não vou comparar, deixo em aberto este quesito. Temos o “Complexo da Santa Tereza”, local extremamente lindo e com uma variedade imensa de obras a apreciar. Lá podemos encontrar sempre algumas da figuras expoentes da cultura bageense, sempre prontas a contar a história do local a todos que por lá chegam, uma média de 8 pessoas por semana, isto quando os finais de semana são de sol claro e temperatura amena. Outro detalhe a aprender com essas criatura ligadas a Cultura que la se encontram, são os conhecimentos que nos transmitem sobre a história da cidade, e suas defesas ferrenhas em favor dos paralelepípedos de nossas ruas. Chegam a ser emocionante e prazeroso ouví-los na defesa dessas pedras maravilhosas e que tão bem fazem a nossos veículos e ao tränsito. Confesso somente não entender o porquê de cidades onde se respira cultura como a Grécia, Roma, Paris, entre outras, ainda não terem se dado conta disso e não substituírem seus asfaltos por estas pedrinhas simpáticas? Credito esta falha das cidades históricas somente ao fato de seus gestores não conhecerem Bagé e nossas ruas.
3. Trânsito? Não vou nem comparar, damos de 1.000 a zero neles. Nosso trânsito é melhor e mais emocionante, podemos até fazer apostas enquanto buscamos local para estacionar nosso carro, tipo, quantas voltas darei até achar uma vaga. Este quesito é nosso, eles que fiquem com aqueles congestionamentos enormes que nós ficamos aqui com nossa procura por vagas que é mais prazeroso.
4. Alimentação? Acho que é uma disputa acirrada, não temos aqui a variedade de restaurantes e comidas exóticas deles, mas temos nossos locais para fazer uma boa boquinha. Temos o Betemps, o Arlindo, o Mário, entre outros, nos finais de semana é claro, pois no restante da semana é reaproveitamento das sobras, aí não fica muuuito gostoso. Mas é carne do Pampa, é nossa, da Fronteira, e como somos bairristas, independente de estar dura ou macia, comemos com maior gosto. Oigalhe-te macho seu. Tem o Pastelão, mesmo que todos tenham o mesmo gosto, os pastéis são fartos, sacia a fome de qualquer peão. Pizzaria? Temos 3, a escolher e fartar qualquer vivente de bom ou duvidoso gosto. De Muzzarela, das pizzas doces, até de mondongo se encontra. Tanta variedade que deveriam escrever uma matéria como conseguem numa enorme variedade de pizza, fazê-las todas com gosto só de Muzzarela? Imaginaram o sucesso dessa matéria? Fora isso, temos os carrinhos de cachorros quentes, vários por quadra. Não sei ao certo se são bons ou são baratos, pois estão sempre cheios, e confesso que nunca li uma matéria sobre alguém ter passado mal ao comê-los. Ou, se morreu não conseguiu reclamar.
Existem muitos quesitos ainda a serem comparados, mas esse ta ficando muito extenso, vou deixar para outra oportunidade a seqüência. Mas de antemão já declaro minhas conclusões, confesso que melhor que nós os Nova Yorquinos só tem o tamanho da cidade e o número de habitantes. Há, outra diferença, eles estão na costa atlântica e nós na fronteira com o Uruguai. De resto não vejo grandes diferenças, podem até me dizerem que eles falam inglês e nós não, replico dizendo que falamos um dialeto gauchesco-hispano-portunhol, quase sempre em voz alta, que é nossa marca de registro exclusiva.
Fico por aqui, até o próximo...

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