sábado, 11 de dezembro de 2010

Divagando na Maionese IV

O que leva os indivíduos a cometerem atos insanos contra seus semelhantes? Temos acompanhado a endemia nacional que se tornaram os atos de agressão a homossexuais e às outras minorias, as cenas são diárias, muitas ao vivo apresentando requintes de crueldade. Não sou um “expert” no assunto nem pretendo debater idéias sobre esses acontecimentos, simplesmente colocar meu desprezo sobre os rumos que a sociedade, principalmente às de terceiro mundo para baixo, seguem atualmente.
Não me refiro somente da violência física, mas das outras violências também, como a corrupção, a inversão de valores sociais, a má fé, a falta de educação e vontade de ensinar dos educadores, e saliento principalmente, a ausência do pensamento positivo e crescimento do povo. Nossa matéria prima “povo” já nasce corrupta, sem-vergonha, aprende que ganhar sempre e sozinho é o objetivo maior de vida. Transgredir passou a ser entretenimento, passar o sinal vermelho é ganho de tempo, não devolver o troco recebido indevidamente são sinais de tendências fortes de empresário competitivo, corromper alguém então é a glória, diploma de esperto e bom negociador. Ao sair da boate, em bandos e covardemente bater num mendigo ou homossexual é demonstração firme de juiz, aquele que determina quem deve ser eliminado ou não, sensação enorme de conduta social.
Como é fácil atribuir culpas e responsáveis pelas nossas mazelas, nos lava a alma e nos coloca à margem de tudo. A corrupção é culpa dos políticos e empresários, a falta de educação é culpa das escolas e professores que nada ensinam, transgressão é culpa do sistema que nos mostram os transgressores ricos e felizes. Enfim, a culpa é deles não minha, meus filhos em casa tem uma educação exemplar, nos seus quartos TVs enormes e de última geração, computador mais moderno possível, celular com todas as funções possíveis, Ipod recém saído do forno, entre outros “benefícios” que uso para mantê-los fora do convívio desses marginais. Portanto eu faço a minha parte na educação deles, o problema são os outros pais, deixam seus filhos na rua até tarde, sem cobrança de seus direitos e deveres. Portanto, eu to fora, não me cobrem responsabilidades.
Já me disseram outro dia que tenho que parar de ficar tentando mudar o mundo, que devo mudar sim é minha vida, me disseram que não vivo mais no tempo do Woodstock, do paz e amor, da liberdade de não competir e sim de compartilhar. Os tempos são outros, nosso mundo é extremamente competitivo, temos de matar um leão por dia para nos mantermos nele, essas coisas dos que sabem e podem nos ensinar. Na verdade eu até concordo com muita coisa, a competição é muito grande, temos sim de matar um leão por dia para nos mantermos vivos, temos de ser competitivos e competentes profissionalmente, estar entre os melhores é nosso objetivo, nunca fui contrário a isso. Se é assim que temos de ser, que sejamos os melhores nesse sistema, mas que consigamos na “luta”, manter a dignidade e a moralidade como filosofia de negociação.
Podemos sim ter sucesso de outra maneira, muitos exemplos existem de pessoas que estão por cima e nunca necessitaram do uso dos artifícios modernos para chegarem lá. Eu só contesto as regras modernas de sucesso a qualquer custo, independente dos meios para alcançá-lo. Luto pelo desprendimento da alma, pela aposentadoria dos escudos e das regras imorais na negociação. Não pela volta do Woodstock, pois não existe mais clima nem pessoas para isso, mas quem sabe um meio termo, onde não exista imposição de idéias nem conceitos, mas o sucesso compartilhado com o sócio do lado. Se começarmos em casa esta “revolução”, quem sabe daqui uns séculos voltemos ao paz e amor.
Até o próximo...

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