sábado, 20 de novembro de 2010

Sonhei que era o Capitão Nascimento...

Sonhei que era o Capitão Nascimento, um dos melhores sonhos da minha vida. Distribuí tanta porrada em político corrupto que terminava o dia exausto e com a mão machucada. Meu sonho maravilhoso iniciou aqui pelo Rio Grande mesmo, devo ter dormido alguns minutos mais tarde, pois não lembro de ter iniciado minha peregrinação por Bagé, deixei os corruptos daqui talvez para outra noite.
Minha chegada em Brasília foi espetacular, pois muitos dos corruptos já tinham ouvido falar da minha passagem pelo Maranhão onde não deixei nenhum Sarney de pé, inclusive a filha entrou no rodo, e estavam escondidos nos banheiros e gabinetes particulares. Lembro que triunfalmente derrubava as portas e iniciava o espancamento sempre a enumerar e explicar bem alto os motivos porque estava batendo. Alguns, eu até nem sabia porque batia, mas com certeza eles sabiam por que estavam apanhando.
Foi a glória. Eu era o próprio “Exterminador dos Políticos Corruptos”. Tarefa que seria árdua, pois se tratava da maioria, e como são milhares, o serviço ia durar muito tempo. Era uma operação apoiada por quase toda população brasileira, que aos gritos, bandeiraços e frenesi geral, me pediam para participar do extermínio, mas deixava bem claro que essa tarefa era minha, eu tinha tido a idéia e deveria fazer o trabalho sozinho. Por onde passava deixava um rastro de gabinetes destruídos e parlamentares acabados de tanta porrada.
Meu êxtase particular aconteceu ao chegar num determinado local, nesse momento já tinha saído do Câmara dos Deputados e do Senado deixando um rastro de destruição, não lembro agora se era no Planalto, Alvorada ou outro local, só lembro que vi uma placa informando que ali se encontravam o José Dirceu, Roberto Jefferson, Ciro Gomes, Franklin Martins, e muitos outros companheiros, planejando o próximo governo e discutindo a divisão da grana, lembro até que ouvia gritos lá dentro dizendo que eles tinham a princípio 4 anos de governo, e que não havia necessidade de roubar tudo no primeiro ano, tinha que ter grana para aumentar um pouco a bolsa família, deveriam ser gestores eficazes, isto é, sem esmola para o povo, o roubo deles tinha data para terminar, essas coisas que nós simples mortais não entendemos muito.
Foi o ápice do meu sonho, abri a porta com o pé, e como “eles” não sabiam da destruição que eu tinha feito lá atrás, me receberam aos gritos de: Quem és? Que queres? Teu nome está na lista? Se não está coloca na lista que tua vez vai chegar também, coisas de gestão de governo que nós, também míseros mortais, não entendemos nada.
Voltando ao meu sonho, fechei a porta e comecei a executar meu trabalho, com eficiência e ardor, pois ali estavam os protagonistas do esquema, foi muita porrada, muitos choravam e pediam que não batesse mais, outros até prometiam devolver parte da grana que tinham roubado, diziam que era só mandar um navio nas Ilhas Virgens, Caymann, e outros paraísos fiscais, que enchiam o dito cujo e devolveriam tudo, mas não queriam apanhar mais. Estavam tão acostumados a machucarem os outros que não sabiam o quanto doía serem machucados, suas caras de pavor e medo me deliciavam. Eu me fazia de surdo, e seguia a porrada, um por um entrava na execução, com calma, sem pressa, pois sabia que naquele momento estava representando mais de 160.000.000 de pessoas, e não podia decepcioná-las. E vá porrada atrás de porrada. Sem dó nem remorso, era uma punição exemplar. Merecida.
Foi quando neste momento, mágico, de tão exaltado, coração batendo a mil, me acordo, desperto daquele que estavam sendo um dos mais importantes feitos da minha vida, pqp como isso aconteceu? Tinha sido um sonho? Eu não era o Capitão Nascimento? Todo aquele extermínio de corruptos não tinha acontecido?
Que decepção. Que tristeza. Ficou um sentimento de dever não cumprido. Ficou um sentimento de débito imenso com a população brasileira. Como isso tinha acontecido? Logo comigo que sempre tinha esse sonho a sonhar?
Será que eles, o povo, iria me perdoar por ter sido somente um sonho? Que será daqueles milhares que me acompanhavam no meu extermínio? Decepção sem par!
Quando sonharei este sonho novamente? Tem muitos locais que não deu tempo de visitar, não fui ao Rio de Janeiro, não fui à maioria dos Estados do Nordeste, nem no Mato Grosso do Sul passei. Faltou muito trabalho. Deixei meu serviço incompleto. Preciso voltar a sonhar em ser o Capitão Nascimento novamente, o povo clama por isso, não posso decepcioná-los.
Enquanto espero, fico por aqui. Até a próxima...

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